O Princípio de Delight em UX Motion

O UX Motion tem sido empregado de forma pesada em ótimos produtos por motivos diversos. Dentre eles pelo fato de tornar a usabilidade mais fácil e intuitiva, além de elevar a expressão da interface. Mas como já abordamos antes, UX Motion Design não se trata apenas de criar movimentos. Só há design quando há intencionalidade na criação. Sendo assim, o movimento deve sempre cumprir um propósito. O principal deles é a melhora da usabilidade. Através do motion podemos fazer com que o usuário experimente uma jornada muito mais intuitiva e fácil de compreender.

Como por exemplo usar o motion para guiar os olhos do usuário ou chamar atenção para determinado elemento:

Ao criar design em movimento que comunique um telefone tocando, em questão de milésimos o usuário rapidamente foca e toma a decisão (atender ou não).

Veja que com UX Motion somos capazes de guiar os olhos e consequentemente as tomadas de decisão do usuário.

Para ir um pouco mais além, pense no exemplo do Feedback:

Ao executar a tarefa de inserir o pin para desbloquear o smartphone, você tem duas possibilidades de resposta: a senha está certa ou errada.

Você poderia simplesmente mudar a cor da representação do input (os 4 círculos) para vermelho ou verde. São cores que carregam em si o negativo e o positivo.

Mas ao implementar, em conjunto com a mudança de cores, movimentos que também comuniquem positivo ou negativo, a mensagem não só é entregue de forma muito mais visceral como também chama atenção do usuário para uma feedback importante.

Além disso, algo que muitas vezes passa despercebido, é a beleza de tudo. 

Os exemplos acima são designs considerados bonitos. Há uma beleza na naturalidade das interpolações entre propriedades, tais como escala, posição, opacidade e cores. Além de beleza visual através formas, proporções, contraste e cores.

Mas é um bonito carregado de sentido e significado, o que o torna ainda mais belo.

Por fim, o todo se torna maior do que a soma de suas partes. Execuções tecnicamente simples (o como) que gera um impacto profundo na experiência do usuário (o porquê).

Diante disso tudo, nasce no usuário uma sensação de identificação mútua, uma conexão mais próxima entre ele e a interface.

Aqui é quando entramos na esfera do Delight, quando o usuário sente deleite ao usar determinado produto.

Delight com intenção através do movimento

Dentro desse território, é possível pensar nas melhores oportunidades para gerar deleite.

Nos exemplos mostrados acima, o que mais se destaca é a presença do Feedback. Em ambos os exemplos a máquina está dando um feedback sobre algo que está acontecendo, o usuário toma uma decisão e recebe outro feedback.

É uma troca constante de ações e reações e isso acontece durante toda a jornada do usuário. Então se estas respostas carregarem beleza (visual/cinético com significado) o usuário inevitavelmente vai acumular muitos momentos de deleite.

Outra grande oportunidade de gerar deleite que cabe destacar com mais exclusividade ainda, é aquele momento que todos nós adoramos e compartilhamos por toda a vida: a celebração.

A Celebração

Qual seria o momento mais prazeroso dessa experiência? Muitos vão dizer que é a contagem regressiva, dando sequência aos fogos e artifícios, as garrafas de champanhe estourando e a celebração com os amigos e/ou familiares.

A primeira experiência que me vem à cabeça é o Reveillon. Todos os anos, a maioria das pessoas ao redor do mundo comemoram e celebram a virada do ano, o término e o início de um novo ciclo.

Outro exemplo pode ser quando se vence um campeonato (como jogador ou torcedor). Imagina se depois não houvesse qualquer celebração, cada um entrando no carro e voltando para a casa dormir?

Todo momento de conquista, quando algo importante foi concluído com sucesso, nós tendemos à celebrar (ou gostaríamos muito de celebrar).

Assim como na vida real, na jornada do usuário também existem diversos momentos para celebrar:

É um momento que pode funcionar muito bem através de uma boa ilustração acompanhada de uma mensagem positiva e revigorante (como vemos acima).

Porém, através do motion, você pode tornar este momento mais visceral ainda, evocando um sentimento muito mais intenso de celebração:

O princípio de delight (deleite) em UX Motion para muitos pode parecer apenas a cereja do bolo, mas como se pode ver trata-se de algo muito mais profundo e essencial.

Por fim, não posso deixar de pontuar que a maneira como buscamos gerar delight (deleite) através do motion está diretamente ligado a linguagem visual daquele produto e/ou empresa.

Use o motion com moderação sempre respeitando os limites do que se deve ou não fazer.

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