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A Evolução do Motion no Material Design 3 da Google: Uma Análise Abrangente

O Material Design da Google, conhecido por sua simplicidade e elegância, evoluiu mais uma vez. A terceira versão, conhecida como M3, traz uma série de mudanças e melhorias no Motion, abrangendo desde o Easing e a Duração até os Padrões de Transição. Neste artigo, vamos analisar o impacto dessas atualizações e como elas podem elevar a experiência do usuário a um novo patamar.

O Motion no M3 mantém a essência do Material Design, buscando criar interfaces intuitivas e agradáveis. A Google enfatiza a importância de movimentos naturais e fluidos, baseando-se em princípios físicos reais, e dessa forma, oferecendo uma experiência mais orgânica ao usuário.

As novas diretrizes do M3 focam na criação de animações que sejam harmoniosas e eficientes, proporcionando maior consistência e coesão entre os elementos da interface. Além disso, o M3 também busca simplificar o processo de criação de animações, fornecendo ferramentas e diretrizes claras para os designers.

Easing e Duração: Aplicação

O M3 traz uma abordagem mais refinada para o Easing e a Duração, proporcionando maior controle e consistência nas animações. A ênfase está na criação de movimentos mais naturais e fluidos, em sintonia com a percepção humana do movimento.

No mundo físico, os objetos não começam ou param instantaneamente. Em vez disso, eles levam tempo para acelerar e desacelerar. Transições sem Easing parecem rígidas e mecânicas, enquanto uma transição com Easing parece mais natural.

Comparado ao estilo utilitário do M2, o Easing no M3 é mais expressivo. As transições têm saídas rápidas e chegadas muito suaves. Além disso, as durações são um pouco mais longas em comparação com o M2, permitindo que as transições cheguem a um repouso suave sem parecerem abruptas.

O M3 introduz um novo tipo de curvas de Easing diferentes que seria a “Enfatizada”. Sendo bem mais acentuada, essa nova curva é recomendada na maioria das transições que capturam o estilo do M3.

A curva padrão (de outras versões do Material Motion) podem ser usadas em menores situações para transições que precisam ser rápidas ou também em plataformas que não suportam no momento a curva enfatizada, como é o caso do iOS e ná Web.

Diferença entre o easing no M2 e M3

Quanto à duração, o M3 oferece recomendações específicas baseadas no tamanho e na complexidade das animações. As durações variam entre 200ms e 500ms, sendo que animações menores e mais simples geralmente têm durações mais curtas, enquanto as maiores e mais complexas podem ter durações mais longas. É importante equilibrar a duração das animações para garantir que elas sejam rápidas o suficiente para manter a fluidez, mas longas o suficiente para serem perceptíveis e transmitirem informações relevantes.

Easing e Duração: Tokens e Specs

No M3, os Tokens e Specs desempenham um papel crucial na padronização das animações. Os Tokens são parâmetros pré-definidos que ajudam a criar consistência em todo o sistema, enquanto os Specs detalham como esses Tokens devem ser aplicados em diferentes contextos.

Exemplo de um token e como ele se compara à outros métodos de aplicação da curva de animação.

Padrões de Transição

As transições desempenham um papel crucial na criação de experiências de usuário envolventes e eficientes. No Material Design 3, as transições são projetadas para serem consistentes, fluidas e significativas, garantindo que os usuários compreendam as mudanças de contexto e de estado dentro de uma interface.

No M3, existem quatro padrões principais de transição:

  1. Transformação de elementos: ocorre quando um elemento se transforma em outro, mantendo a continuidade entre os dois estados. Essa transição ajuda a comunicar a relação entre os elementos e a direção do fluxo. Exemplos comuns incluem o aumento de um ícone para revelar mais informações ou a transformação de um botão em um campo de entrada.
  2. Deslocamento de elementos: envolve a movimentação de elementos na tela para revelar ou ocultar informações. Esse padrão de transição é útil para manter a hierarquia visual e indicar a localização de conteúdos relacionados. Um exemplo é a abertura de um menu lateral ou o deslizamento de uma lista para exibir detalhes adicionais.
  3. Adição ou remoção de elementos: é usado quando novos elementos são adicionados à tela ou quando elementos existentes são removidos. Essas transições devem ser rápidas e não distrativas, mas ainda assim comunicar claramente as mudanças na interface. Exemplos incluem a adição de um novo item a uma lista ou a remoção de uma notificação.
  4. Transições em cascata: ocorrem quando vários elementos se movem ou mudam juntos, criando um efeito em cascata. Esse padrão de transição ajuda a criar um senso de harmonia e coesão entre os elementos e pode ser usado para enfatizar a interação entre eles. Um exemplo seria a expansão de um painel com várias opções que se revelam em sequência.

Ao aplicar transições no M3, é fundamental considerar o propósito e o contexto das animações. As transições devem ser projetadas para melhorar a experiência do usuário e comunicar informações relevantes, sem serem excessivamente complexas ou distrativas. Além disso, é importante garantir a consistência das transições em todo o aplicativo, seguindo as diretrizes e os princípios estabelecidos pelo M3.

A importância do Motion no Material Design 3

O Motion é um componente-chave do Material Design 3, contribuindo para uma experiência de usuário envolvente e eficiente. As animações bem projetadas e executadas têm o poder de melhorar a usabilidade, transmitir informações de forma clara e criar uma sensação de profissionalismo e polimento.

As melhorias no Motion no M3 também têm implicações práticas para designers. A padronização e a simplificação do processo de criação de animações permitem que os designers invistam menos tempo na solução de problemas técnicos e se concentrem mais na criação de experiências de usuário excepcionais.

O Material Design 3 representa uma evolução significativa no design de interfaces e na forma como os designers abordam a criação de experiências de usuário. Com sua ênfase na expressividade, movimento fluido e interações mais naturais, o M3 busca criar interfaces que sejam mais envolventes, intuitivas e eficientes.

A análise das curvas de easing e durações recomendadas no M3, bem como os padrões e aplicações de transição, revela o compromisso do Material Design em proporcionar experiências de usuário de alta qualidade. Ao seguir as diretrizes estabelecidas pelo M3 e aplicar as transições de maneira adequada e consistente, os designers podem criar interfaces que não apenas atendam às expectativas dos usuários, mas também as superem.

Em última análise, o Material Design 3 oferece aos designers uma base sólida para criar experiências de usuário eficazes e envolventes, ao mesmo tempo em que fornece as ferramentas e os recursos necessários para implementar animações e transições de maneira eficiente e consistente. Ao adotar o M3 e suas diretrizes de motion, designers podem garantir que suas interfaces sejam dinâmicas, atraentes e, acima de tudo, funcionais.

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    Felippe Silveira
    Felippe Silveira
    Co-Fundador do UX Motion Design, da MOWE Studio (Estados Unidos) e Mestre em Motion Design pela BAU School of Design (Espanha) encarregado de projetos de Motion para clientes como: Google, Adobe, Pepsico, Pfizer, Zeplin, entre outros.