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Como equilibrar estética e função no UX Motion?

Você sabe como equilibrar estética e função no motion? Historicamente, o design sempre priorizou a funcionalidade sobre a estética, especialmente em campos como o design industrial. Esta é a boa e velha teoria clássica de “a forma segue a função”. Em muitos contextos, ela continua sendo válida. Contudo, esta teoria tem ficado um pouco ultrapassada no contexto atual do design, especialmente em UX e UX motion design.

A Forma segue a Função

A teoria de “a forma segue a função” é um princípio fundamental do design moderno. Ela chama atenção ao fato de que a aparência deve ser consequência da sua função. Ela originou na virada dos séculos XIX e XX, influenciando bastante arquitetos e designers que buscavam a estética baseada principalmente na utilidade, evitando excessos na ornamentação.

Aqui a funcionalidade imperava, ou seja, um objeto deveria ser totalmente orientado pela sua função para garantir seu “propósito” da maneira mais eficiente possível. Coloco propósito em aspas porque se trata de uma percepção específica de propósito. Qualquer detalhe estético, se não contribuísse para a funcionalidade, deveria ser evitado. Sendo assim, a estética nesta teoria seria como que uma serva da função.

Evolução do Design e a Estética

A evolução do design mostrou que as linhas entre estética e funcionalidade estão se tornando cada vez mais tênues. Por exemplo, quando pensamos em interfaces interativas, realidade aumentada, etc., o design estético se torna uma parte intrínseca de como experimentamos e interagimos no mundo digital.

Hoje em dia precisamos pensar não só na funcionalidade mas também no impacto emocional e psicológico nos usuários e na audiência. A estética não é apenas uma questão de aparência, muito menos uma serva da função, mas uma ferramenta que pode afetar e conduzir como nos sentimos ao usar um produto.

Elementos como cores, formas, animação e diversos outros elementos visuais podem ser implementados com a real intenção de evocar certas emoções e influenciar bastante a percepção emocional e psicológico do usuário, gerando um impacto profundo na experiência.

Design Emocional

Um dos nomes mais importantes em torno deste conceito está Donald Norman, quem defende a teoria de que a atração estética de um produto pode afetar profundamente a sua usabilidade e percepção de sua própria funcionalidade.

O design emocional, segundo Norman, se baseia em três níveis distintos de processamento emocional: nível visceral, nível comportamental e nível reflexivo.

Em outra oportunidade podemos falar mais sobre isso, mas resumindo podemos dizer que o nível visceral é aquele nível mais básico, que está relacionado com as primeiras impressões de um produto, como aparência, sensação que provoca, entre outros, causando uma resposta emocional imediata. O nível comportamental está mais para a funcionalidade, a facilidade de compreensão e usabilidade, gerando sentimento de competência e satisfação. Já o nível reflexivo é mais duradouro, que está ligado à reflexão que o usuário tem sobre o produto, o significado e impacto do produto na vida do usuário.

Estética e função: o ‘Bom Design’

Enquanto exploramos a evolução do design e o equilíbrio entre estética e funcionalidade, é essencial considerar também as contribuições de Dieter Rams, um ícone no campo do design industrial.

Conhecido por seus dez princípios do “Bom Design”, Rams oferece uma visão valiosa que complementa e contrasta com as ideias de Donald Norman.

Rams defendia que o bom design deve ser inovador, funcional e esteticamente atraente. Ele acreditava que a simplicidade e a clareza do design não apenas tornam um produto compreensível, mas também contribuem para sua beleza. 

Seus princípios, que incluem a inovação, utilidade, estética, compreensibilidade e longevidade, ressoam fortemente na era digital de hoje. Ele enfatizava que um design verdadeiramente bom transcende a mera funcionalidade, atingindo um equilíbrio onde a estética e a utilidade se complementam, enriquecendo assim a experiência do usuário.

A Experiência e o Propósito como Norte

Quando pensamos na estética e na funcionalidade hoje em dia, elas já não são duas coisas que competem entre si. Não há um nível hierárquico entre elas. Ambas são como ferramentas que servem à algo maior, ou seja, à experiência e ao propósito estratégico daquele produto.

Respondendo o título do texto “como equilibrar estética e funcionalidade”, penso que a palavra equilibrar não seja a mais adequada. Podemos ver da seguinte maneira: até onde deve ir a estética e a funcionalidade, tendo como norte e limitador, para cada uma delas, a própria estratégia da experiência?

Quer saber mais? Leia mais sobre integração entre design e código aqui!

Pedro Aquino
Pedro Aquino
Co-fundador do UX Motion Design e criador da plataforma de cursos PAFX com mais de 10 anos de experiência em animação no After Effects. Reúne mais de 128 mil alunos no Youtube e mais de 17 mil alunos em seus cursos.